Bem-vindo à Telediu Multi Cirúrgica!

  • Inicio
  • Blog
  • Conheça os modelos de pessários disponíveis para sua clínica

Conheça os modelos de pessários disponíveis para sua clínica

images

22/09/2025

1) Contexto clínico e objetivos terapêuticos

O manejo conservador do POP e da incontinência urinária de esforço com Pessario vaginal busca reduzir sintomas de abaulamento, melhorar função miccional/evacuatória, preservar atividade sexual e adiar ou evitar intervenção cirúrgica em pacientes com contraindicação ou preferência por tratamento não operatório.

  • Indicações frequentes: POP leve a severo; incontinência de esforço; aguardar cirurgia; puerpério selecionado; fragilidade clínica.
  • Contraindicações relativas: infecções vaginais ativas, erosões não tratadas, má adesão a seguimento, alergias específicas ao material.

2) Principais modelos e aplicações

Modelo Características Indicações típicas Observações
Anel (sem membrana) Perfil baixo; centro aberto; boa flexibilidade. POP leve a moderado; pacientes sexualmente ativas. Geralmente maior conforto durante a relação; fácil inserção e remoção.
Anel com membrana Película central acrescenta sustentação. POP moderado a avançado; necessidade de suporte adicional. Melhor controle do abaulamento; pode requerer retirada para relação, conforme conforto.
Donut Seção mais espessa/volumosa, tipo “rosquinha”. POP avançado/severo; pacientes idosas ou que desejam evitar cirurgia. Excelente suporte em colapsos importantes; pode limitar atividade sexual.
Gellhorn Disco com haste central para ancoragem. Prolapsos apicais marcados; falha de modelos anelares. Suporte robusto; tipicamente removido em consultório.
Cubo Faces com leve efeito de sucção. Prolapsos mais avançados com necessidade de retenção firme. Requer vigilância: maior risco de erosão se manejo inadequado.
Urinário/anti-incontinência (com elevação) Saliente sob uretra proximal. Incontinência de esforço com/sem POP leve. Objetiva coaptação uretral durante esforço.

A seleção ideal considera grau e compartimento do prolapso, desejo de manter atividade sexual, destreza manual da paciente e disponibilidade para seguimento periódico. Em todos os cenários, o Pessario vaginal deve integrar um plano que inclua educação, higiene e monitorização de tecidos vaginais.

3) Protocolo prático de seleção e ajuste

3.1 Avaliação inicial

  • Anamnese dirigida (sintomas, função miccional/intestinal, sexualidade, objetivos da paciente).
  • Exame pélvico com classificação do POP (ex.: POP-Q), inspeção de mucosa e pesquisa de erosões.
  • Exclusão/controle de vaginites antes do teste.

3.2 Prova de tamanho e conforto

  • Teste em consultório com medidas crescentes/decrescentes até obter encaixe funcional (suporte sem dor, retenção ao esforço, facilidade de deambulação).
  • Orientar a paciente a tossir, sentar, caminhar e realizar manobras de Valsalva durante a prova.

3.3 Treinamento de manuseio e higiene

  • Ensinar inserção/remoção quando aplicável; revisar técnica de limpeza com água e sabão neutro.
  • Considerar uso de estrogênio vaginal tópico em pós-menopausa, conforme julgamento clínico.

4) Acompanhamento e segurança

  • Primeiro retorno: geralmente em 1–4 semanas para checar conforto, integridade mucosa e eficácia.
  • Seguimento: intervalos de 2–6 meses, ajustando à adesão, modelo e comorbidades.
  • Sinais de alerta: dor persistente, corrimento fétido, sangramento, disúria, retenção urinária.
  • Complicações evitáveis: erosão/ulceração por uso contínuo sem revisão, infecções não tratadas.

A comunicação clara e um plano de consultas estruturado são determinantes para a segurança do uso do Pessario vaginal.

5) Considerações de prática clínica

  • A decisão entre anel sem membrana, anel com membrana e donut deve refletir grau de POP, preferência da paciente e expectativa quanto à atividade sexual.
  • Modelos como Gellhorn e cubo são úteis em falhas de anelares ou em prolapsos apicais/avançados, com seguimento rigoroso.
  • Nos casos com incontinência de esforço predominante, considerar modelos com elevação suburetral.

6) Perguntas frequentes (FAQ rápido)

O pessário substitui a cirurgia?

Não é uma substituição universal. É alternativa conservadora eficaz para controle sintomático e, em muitos casos, ponte terapêutica até cirurgia eletiva.

Por quanto tempo a paciente pode usar?

Uso crônico é possível com seguimento adequado, educação em higiene e avaliações periódicas documentadas.

O dispositivo interfere na vida sexual?

Depende do modelo e do conforto individual. Anéis sem membrana tendem a ser mais compatíveis; outros podem exigir remoção prévia à relação.

7) Evidências científicas recentes

Revisões sistemáticas e ensaios clínicos apontam que o uso de Pessario vaginal promove alívio sintomático significativo em 70–90% das pacientes com POP leve a moderado. O benefício é ampliado quando associado a fisioterapia do assoalho pélvico e acompanhamento multidisciplinar.

A literatura reforça também a importância do estrogênio vaginal tópico em mulheres pós-menopausa para reduzir risco de erosões, além de protocolos de acompanhamento semestral.

8) Casos clínicos ilustrativos

8.1 Paciente idosa com prolapso avançado

Mulher de 78 anos, com múltiplas comorbidades e POP grau IV. Indicação cirúrgica contraindicada. Após adaptação de pessário tipo donut, obteve melhora da qualidade de vida, sem complicações no seguimento de 12 meses.

8.2 Mulher jovem e ativa

Paciente de 42 anos, POP grau II, queixava-se de escapes urinários em esforço. Uso de pessário anel com elevação uretral associado à fisioterapia pélvica resultou em controle de sintomas e manutenção da vida sexual ativa.

9) Critérios para escolha individualizada

A decisão entre anel, anel com membrana, donut ou modelos específicos deve considerar:

  • Grau e compartimento do prolapso: POP apical, anterior ou posterior.
  • Perfil da paciente: idade, expectativa de manter atividade sexual, destreza manual.
  • Comorbidades: diabetes, fragilidade tecidual, doenças crônicas.
  • Objetivo terapêutico: ponte até cirurgia, tratamento definitivo conservador ou alívio temporário.

10) Evolução tecnológica e perspectivas

A indústria tem investido em novos materiais biocompatíveis e superfícies que minimizam atrito e risco de erosão. Dispositivos de silicone médico de última geração apresentam maior durabilidade e facilidade de higienização.

Estudos em andamento investigam o impacto do Pessario vaginal na prevenção de progressão do prolapso e na redução de taxas de cirurgia em populações selecionadas.

11) Integração multidisciplinar

O sucesso do manejo conservador com pessário depende da integração entre ginecologista, fisioterapeuta pélvico, enfermeiro e, em alguns casos, urologista ou coloproctologista. Essa abordagem conjunta garante adesão, monitoramento de complicações e promoção da saúde global da paciente.

Nota de responsabilidade médica: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a consulta com um médico. Procure sempre orientação de um profissional de saúde.

Referência de catálogo e opções de Pessario vaginal.

Sugestões para você

Inscreva-se em nossa Newsletter e receba novidades.